Prologo
Sonhos. Desejos.Quem disse que eles se realizavam? Quem quer que tenha sido, estava muito enganado. Eles existem, mas nao se realizam.Existem dentro de cada um mas como somos humanos, simples e reles humanos, nao os realizamos. Sonhamos e desejamos demasiado alto e, quando nos damos conta, ja estamos estendidos no chão, chorando e lamentando por isso.
Tenho medo de sonhar. Tenho medo de querer demasiado e depois, Puff!, como se fosse magia, o sonho desmoronava-se. Mesmo tendo medo, sonho. Sonho que poderia ser alguem importante, que poderia ter algum poder sobrenatural, como aqueles que vemos nos filmes, ou que, por acaso do destino, o meu principe encantado aparecia. Mas de que adianta sonhar se nada disto vai acontecer. Por isso, limito-me à realidade.
Sou uma rapariga normal, como outra qualquer. Estudo no Instituto de Mitsugaiha onde la tenho os amigos que necessito. Sou filha unica e por alguma razao que desconheço, sou diferente. Não aquele diferente especial mas, no meu Instituto tenho a necessidade de mostrar um lado que não é meu. Um lado comum, um lado em que possa fazer a minha vida de adolescente normal. Mas, fora do Instituto, sou simplesmente eu. Uma rapariga solitária, que com os seus 16 anos, está cansada da monotonia que a sua vida leva. Até um dia...
Irei contar-vos a minha história. Onde tudo aquilo que eu acreditava, subitamente, completasse.
1º Capitulo-Primeiro Contacto
- Spoiler:
- -Ayamé! Ayamé! Rapido, levanta-te. Vais chegar tarde.
É verdade. Assim começo o meu dia, aliás, todos os dias são assim. Chamo-me Michihiro Ayamé e vivo com a minha mãe, Michihiro Kiara. A minha mãe separou-se do meu pai à quatro anos e desde então que vivo com ela. Desde que se separaram, nunca mais vi o meu pai. Não estou muito preocupada com isso porque a minha mãe chega para ocupar os dois lugares. Devo dizer que, a separação dos meus pais afectou-me mais do que imaginava, porque ninguem está a espera de receber uma noticia destas.
-Que aulas vais ter hoje, querida?-sempre a mesma pergunta.
-Terei auls o dia todo, chegarei tare para jantar.-sempre a mesma resposta.
-Ayamé, já andamos à tempo demais com isto. Que se passa contigo?-Espera aí! Ela nunca me pergunta como estou. Ela vê-me sempre com a mesma cara todas as manhãs e nao diz nada em relação a isso.
-Não se passa nada mãe. Não te preocupes-dizer mais doque uma frase ao pequeno-almoço é estranho.
-Não sei querida, desde que viemos para esta cidade que estas diferente.-ela parecia mesmo preocupada. Mudamo-nos para a cidade de Nihao quando os meus pais se separaram e desde aí, que tenho agido de maneira diferente.
-Tenho que ir andando. Vou chegar tarde se não me despachar. Até logo, mãe.-Preferia evitar de falar sobre mim. Não gosto de ser o centro das atenções.
Não é que nao gostasse da cidade, até é bonita. Relaxante. Quase nostalgica. Gosto de passar pelo Parque da Cidade. No Outono, fica lindíssimo. as folhas das arvores escurecem e ficam num tom de castanho e vermelho que dá um ar acolhedor. As pessoas aqui são simpáticas e alegres. Depois de sair do parque, uns metros mais à frente tenho o Instituto.
O meu Instituto é como outro qualquer, é grande, tem um design moderno e está pintado em tons de castanho e beje. Todos os dias, ao chegar ao Instituto, paro diante do portão e penso: ''Aqui vou eu. Hoar da minha 'transformação'.''.Nem sempre é agrdavel ter que mudar para ser bem sucedida nas aulas mas era como se algo me obrigasse a fazê-lo. Dei dois passos em frente e lá estavam elas, Nami e Tsubaki. Duas iamigas minhas da quais eu eu gosto muito. São irmãs gémeas, mas, em termos de pesonalidade, não se parecem nada. A Tsubaki é mais responsavel e madura. Já a Nami, é completamente o oposo. A unicacoisa que estas duas têm em comum é serem super bem dispostas e á facil de convesar com elas. Diante de mim, elas sorriam esperando que eu fizesse o mesmo. Fora da escola, nuncao fazia mas dentro, é outra historia. Sorria com frequência.
-Ayamé, bom dia!-disseram as das ao mesmo tempo.
-Bom dia, meninas!-Estava bem disposta e cheia de vivacidade. É sempre assim, entro nos protões do Instituto, mudo, eslas estão à minha espera e vamos juntas para as aulas.
As aulas são sempre desgastantes. Eram 17h da tarde e as aulas já tinham acabado. Sim, eu sei. Disse à mãe que chegaria tarde mas depois das aulas nunca quero ir directamente para casa, então, vou para o Parque. Chegando ao parque, sento-me num banco por baixo de uma arvore enorme. Passo lá bastante tempo. Quando dei por mim, já eram 19h e estava a escurecer. Fora do Instituto sou só eu, o parque e o meu caderno de desenhos e lapis. Desenhar é algo que me fascina.
Chegado a casa, a mãe estava à minha espera para jantar.
-Então, como foi o teu dia?-Imaginem só, a mesma pergunta de sempre.
-Correu normalmente. Nunca há nada de novo para contar.-Sim, a mesma resposta de sempre.
Depois do jantar, fui para o quarto e olhei pela janela. O céu estava um pouco estrelado e a Lua estava na fase de Quarto-crescente. Amanha haverá Lua-nova pois a Lua já estava fina. Alegra-me saber que a Lua é a unica coisa que quebra a monotonia do meu dia. Apesar de não se notar, ela muda todas as noites. Diminui até se tonar Lua-nova e aumenta até se tornar Quarto-minguante e por fim, Lua-cheia. De seguida, aterrei na cama e nunca mais me levantei.
-Ayamé! Ayamé! Rápido levanta-te. Vais chegar atrasada.
-EU SÓ QUERIA UM DIS DIFERENTE!!!- Gritei, nã sei bem porquê, mas fi-lo. Só sei que a mãe deppois veio ao qurto ver o que se tinh passado e cmo vi que não tinha sido nada, ralhou-me para eu me despachar.
Novamente, o dia correu mormalmente e aborrecido. Como habitualmente, passei a tarde no parque. Ja estava a escuro, arrumei as minhas coisas e pus-me no caminho para casa. Os lampiões do parque iluminavam o meu caminho e no céu já se via a primeira estrela. Não sei porque razão é que a primeira estrela é sepre mais brilhante do que as outras. Estava quase a sair do parque, qundo ouvi um barulho vindo detras de mim. Apesar de estar assustada, os sentimentos de curiosidade e adrenalina invadiram-me. Fui ver. Fiquei admirada quando vi que não se tratava de algo perigoso, achava eu. Nunca tinha visto nada tão bonito e misterioso. Com um telescópio, estava a observar as estrela atrás de uma arvore. Nunca o tinha visto, talvez fosse novo na cidade. Estava a cerca de 10 metros de distância quando, ao recuar o pé direito para ganhar equilibrio sobre o meu corpo, um gato malhado passa por mim e eu caiu fazendo algum ruído com os arbustos. Caí no chão, batendo com as costas. Muitos pensamentos encheram a minha mente, ''será que me viu?'', ''achará que sou patetica?'', ''quem era ele?''. Nenhuma destas perguntas tinham respostas e tão cedo teria. Quando me levantei, ele já la não estava.
2º Capitulo-Um novo elemento
- Spoiler:
- _Segunda-feira, dia 20 de Outubro, aula da Matematica_
Passaram-se quatro dias desde que o vira. Desde quinta-feira que não vou para o parque e à mesma hora procuro por ele e não o encontro. Não deixou nada para tras, nem um bilhete qualquer onde poderia conter algum dado acerca dele, nada. Simplesmente, desapareceu. Desde que o vi, tenho andado inquieta e cada vez mais distraída. Em casa, estou mais agitada que o costume e nas aulas, a minha concentração é praticamente nula. A Tsubaki está sentada ao meu lado e é ela que me chama a atenção para que eu plhe para os professores pois passo as aulas olhando pela janela.
''Que terá acontecido para que ele tivesse desaparecido daquela maneira?'', esta pergunta tem-me ocupado a mente. Seá que ele tem algum segredo e não quer que ninguem saiba? O que poderá ser? Um rebelde que anda fugido dos pais e não quer que ninguem o reconheça, um corrupto ajudante da Mafia. ''Será que vem de outro planeta ou de outro mundo?''. Sempre que penso nesta possibilidade da-me vontade de rir. Porque é que eu insisto em sonhar com este tio de coisas? Sou apenas uma criança tola que acredita que existe um mundo paralelo a este.
-Ayame?! Que se passa?- a voz de Tsubaki suava muito baixinho, estaria ele a sussurrar?- Queres que chame a professora?
-Não, tem calma. Estou só a rir-me de uma piada de que me lembrei.- e era uma piada. Acreditar nestas coisas é uma piada.- Não te preocupes, está tudo bem.
_TRIIIIIIIIIIIMMM!!_(toque para o fim da aula)
-Que se passava hoje com vocês, meninas?- Nami estava a nossso lado para nos dirijismos até ao bar do Instituto. Estava com a mesma cara de sempre, alegre e jovial.
-Não sei, a Ayame que explique porque eu tambem não percebi nada- a Tsubaki é implacavél quando se trata de colocar as pessoas contra a parede.- Que piada era essa que tinha tanta graça para te rires daquela maneira na aula?- E agora? Que faço? Não lhes posso dizer o que estava a pensar, rir-se-ião de mim.
-Bem, agora que falam nisso, não me lembro qual era a piada. Desculpem- tentei fazer com que acreditassem em mim e parece que tinha resultado.
- O QUÊ?! Como é que não te lembras? Foi só à meia-hora atras! És uma despistada, Ayame.- a cara de desilusão e de espanto de Nami fizeram-me ficar mais descansada. A Tsubaki pareceu ter acreditado tambem, apesar de ser mais dificil de convencê-la.
O resto do dia correu normalmente. Continuei a ir ao parque e à mesma hora procurava por ele mas nem sinal. Começava a perder a esperança de um dia o encotrar. Dias se passaram e eue acabei por deixar de o procurar. Começava a achar que teria sido tudo fruto da minha imaginação.
Finalmente, chegou Novembro e o frio começava a apertar. Ficava cada vez mez menos no parque pois ora chuvia, ora não. O tempo era incerto por isso, decidia ficar até mais cedo no parque.
_Quinta-feira, dia 18 de Novembro, aula de Biologia_
Hoje sentia-me estranhamente mal. Nã o mal de estar doente, mas tinha um mau pressentimento em relação ao dia de hoje.
A professora de Biologia estava a entrar na sala e com ela trazia um rapaz. Não tinha reparado muito bem nele, até me sentar no sitio habitual. Ao olhar para ele, vieram-me a cabeça uma série de memórias que nunca tinha visto antes. Foi tdo tõ depressa que não deu para perceber do que se tratava. Quando as imagens se acabaram, estava eu num sitio vazio e escuro. Em frente a mim, estava ele, o rapaz daquela noite, visualizando as estrelas atravez do telescópio. Ao levantra-se, olhou na minha direcção e sorriu. Tinha um sorriso encantador e resplandecente. Vi-o mexer os labios mas não ouvia qualquer tipo de som. ''Dean'', foi o que eu percebi ao tentar ler os seus labios. De repente, comecei a ouvir o meu nome, mas estava tão longe que acabei por esquecer. Voltei a ouvi-lo ma sdesta vez foram tres vezes consecutivas e estava cada vez mais proximo.
-Afastem-se, afastem-se, ela está a acordar.
Acordar? Quando é que eu adormeci? Foi aí que senti uma dpr de cabeça enorme e deduzi que tinha desmaiado e batido com a cabeça no chão. Ao abrir os olhos, tinha toda a turma a olhar para mim. Aquela situação era constrangedora pois odiava ser o centro das atenções e o facto de ter desmaiado, não ajudava a desviar as atenções de mim.
-Ayame, estas bem?- parecia-me a voz da Mitsuki, uma outra colega e representante da turma, mas não tinha a certeza.
-Que se passou?- perguntei ainda com a cabeça a andar a roda e sem perceber nada.
-Quando a menina Nikora entrou, tu desmaias-te- a voz da Tsubaki parecia preocupada.
-Parece que a menina Nikora tem este efeito nos alunos, fá-los desmaiar- o Kaori. Só alguem como ele é que poderia dizer uma coisa destas numa situação como aquela. O Kaori era muito brincalhão e mau aluno, mas os professores gostavam muito dele.
-Professora Nikora, peço imensa desculpa pr toda esta confusão.- era mais dificil do que eu pensava dizer aquilo. Não tenho a certeza se a professora percebeu o que eu tinha dito pois as palavras suavam-me como se estivesse a comer e a falar ao mesmo tempo.
-Não tem mal, Ayame. Deve ter sido uma quebra de tensão. Achava melhor ires lá fora.
-Não é preciso, professora. Eu já me sinto melhor- a menina Nikora era muito gentil e amavel mas mesmo assim, eu preferia ficar ali.
-Muito bem, meninos. A festa acabou, podemos começar com a aula. Mas antes, quero epresentar-vos o nosso novo elemento da turma. Chama-se Yumero Dean e espero que o recebam bem.
''Dean''. ''Dean''. ''Dean''. Esta nome ressuava na minha mente vezes sem conta.
''Dean?! Não pode ser! É ele! O facto de ele estar aqui, o que significará? como é que passado quse um mes de busca por ele, que acabei por desistir de o procurar, ele aparece aqui, na minha turma?''. Olhei para ele, os seus olhos eram vagos, distantes.Quando o vi naquela noite no parque, era como se ele tivesse nos olhos, um ceu estrelado. Estava radiante. Que se terá passado para que ele ficasse assim?
3º Capitulo- Encontro
- Spoiler:
- Está a chover.Tenho a perfeita noção de que ficarei doente, mas mesmo assim, não consigo deixar de ficar no banco habitual.
O Dean chegou à minha turma à 5 dias e, apesar de te muitas duvidas, tenho vontade de ir falar com ele mas falta-me a coragem e determinação que necessito. Há outro problema: o que lhe direi? Não posso simplesmente chegar abeira dele e dizer-lhe que andei et tempo todo à procura dele. Achar-me-ia tola.
A chuva aliviava-me estes pensamentos, ao bater-me no rosto. O parque estava vazio. Passear pelo parque a chuva relaxava-me...
''Ele esava triste.''. Quando voltei a mim, depois de ter desmaiado, os olhos dele estavam longe, quase que se pode dizer que não tinham vida. Desde esse dia que o tenho observado. Parece tão só. Apesar de ser bonito e bem parecido, não é daquelas pessoas que fale muito. Mas, algo me diz que não é so isso. As raparigas de turma suspiram pelos cantos por ele, quase que imploram para que ele fale com elas mas ele simplesmente ignora-as. Já os rapazes, quase que o odeiam. Acham-no convencido. A Tsubaki tambem o acha mas quando tento dizer-lhe que não é isso, ela pergunta sempre como é que eu posso ter certezas disso e eu fico sem saber o que lhe dizer. O facto de ele ser como é, deve de haver alguma razão. só gostaria de saber qual é para poder ajudá-lo.
_Bipbip! Bipbip!_ (mensagen da mãe)
''Chegarei tarde a casa. Não irei jantar. Prepara alguma coisa para ti e não esperes por mim.
Vai para a cama cedo.
Beijos. Adoro-te!
Mãe.''
A mãe não estarám casa. Vltar para aquela casa, escura e vazia, deprime-me. Vou ficar mais um puco no parque. Ainda está a chover, mas não me importo muito com isso pois já estou mais molhada do que um pano colocado debaixo de uma torneira. Ao passear pelo parque, vou pensando no Dean. Alias, ultimamente, tenho pensado muito nele, o que é estranho. Mal o conheço e desde aquela noite que ele não sai da minha cabeça.
A chuva está cada vez mais intensa e é quase impossivel manter os olhos abertos, por isso, decidi parar e fechar os olhos. Permaneci ali de pé um bocado. A chuva já estava a acalmar-se então, abri os olhos. A minha vista estava turva mas consegui reparar num vulto à minha frente. Aclareei a visão e foi então que o vi. Num abrir e fechar de olhos, ele caiu ao chão. Corri para o socorrer. Estava a arder em febre. Tentei procurar por ajuda, mas não vi ninguem. Tentei, também, acorda-lo mas estava inconsciênte. Foi então que me lembrei que a mãe não estaria em casa. Ao tentar pô-lo de pé, ele apoiou-se nos meus ombros e ajudou-me. A passos quase arrastados, levei-o até minha casa.
4º Capitulo- Confiança
- Spoiler:
- Mudança de personagem- Yumero Dean
Quente. Sinto-me quente. O ar estava quente, o que tornava acolhedor. Sentia-me pesado, fraco e doente. Fixe, fiquei doente. Não volto a passear pelo parque à chuva, esta decidido. Espera aí, o parque! O que aconteceu? Lembro-me de estar a passear à chuva, parar e...
-Como te sentes?- uma voz misteriosa, feminina e, estranhamente, familiar corta o meu raciocinio.
-Não sei. Onde estamos?- estava a custar-me falar pois doía-me a garganta.
-Vou pedir para teres calma porque senão a febre pode voltar e foi complicado fazer baixa-la. Eu sou a Ayamé, estamos na mesma turma. Encontrei-te no parque, caído no chão, a arder em febre. De que te lembras?
-De pouca coisa. Como é que me encontraste lá?
-Eu ja estava la quando te encontrei. Tambem estava a passear pelo parque e de repente vi-te a olhar na minha direcção e de seguida, caíste no chão. Foi então que te trouxe para minha casa.
-Estamos em tua casa?
-Claro que sim. Para onde querias que eu te levasse?- a expressão da cara dela foi engraçada. Era mais simpatica do que parecia. A sua voz era bonita, quase que posso dizer, doce por ser tão carinhosa e o seu ar preocupado, não aterava a sua voz em nada.
-Posso perguntar-te uma coisa?- a pergunta dela despertou-me.
-Claro que sim.- estava curioso.
-Foi há mais ou menos um mês que eu te vi pela primeira vez no parque, estavas a observar as estrelas- que se passa? Tambem se lembra?- eu gostava de saber o porquê de nunca mais teres aparecido no parque. Eu... Eu tentei achar-te, mas nunca mais te vi. Se não quiseres falar, tudo bem, so estive preocupada.
-Como é que o fazes?
-Desculpa?! Como é que faço o quê?- o ar de espanto era engraçado. Tinha os olhos bem arregalados.
-Tu não me conheces. Como é que podes procurar por uma pessoa que nunca viste na vida? Tu viste-me durante 2minutos. Ainda agora, só porque estou na tua turma e vês-me caído no chão, trazes-me para tua casa e cuidas de mim? Que tipo de pessoa faz isso? Quem es tu?- não sei porquê, mas tinha ficado irritado. Ela tinha os olhos cravados no chão sem dizer nada.
-Se queres que te diga, nem eu sei- a sua voz tinha mudado, estava quas que rouca e os seus olhos continuava pregados ao chão.- Se tivesse que te contar a minha vida, dirias: ''Uau! As aparencias iludem.''.
-Porque dizes isso?
-Porque é verdade.- fiquei surpreendido quando ela me encarou com um ar de dor. De onde veio aquele olhar?
-Desculpa se toquei nun assunto dificil para ti mas tens que perceber que não es a unica que é diferente.
-Que tipo de ''diferente'' es? Queres falar sobre isso?
-Para tu perceberes isso, teria de te contar a minha historia- não sei porquê, mas acho que posso confiar nela.- Queres ouvi-la? Não é uma historia agradavel.
-Não te preocupes, so te quero ajudar.
-Não me parece que vas ajudar muito mas, esta bem. Tudo começou quando eu tinha 7 anos. a minha mãe morreu quando eu tinha essa idade e o meu pai demorou bastante tempo para aceitar a perda da minha mãe. Os meus pais eram Astronomos e tinham um sonho- ''sair'' da Via Lactea. Estavam a trabalhar nesse projecto desde o ultimo ano do mestrado. Com as suas ideias, conseguiram entrar no Departamento de Investigação da NASA. Nessa altura, tinham todos os recursos possiveis que necessitavam para o projecto. Entretanto, os meus pais casaram-se e 2 anos depois, eu nasci. Estavam felizes mas sabiam que concretizar os seus sonhos seria mais complicado, agora que eu tinha nascido. Aos 2 anos de idade, os meus pais deixaram-me aos cuidados da empregada de lá de casa para se porem, novamente, ao trabalho. Os anos iam passando, e eu passava o tempo todo com a empregada. Certa noite, os meus pais receberam visistas lá em casa, nessa altura já eu tinha 7 anos, e os senhores que estavam em casa falaram em ''Premio Nobel'' de não-sei-o-quê. Era apenas uma criança e não percebi o que queriam dizer com aquilo, mas lembro-me perfeitamente da cara de felicidade dos meus pais. Empenharam-se cada vez mais bo projecto, mas nem tudo na vida são coisas boa. Por vezes, a vida prega-nos partidas e nós nem dámos por elas. Cera noite, a minha mãe adoeceu. Por causa dessa doença, a minha mãe durou apenas 1 mês. Ao fim desse mês, a mãe tinha morrido. O meu pai não aguentou a perda e desistiu do sonho entregando-se a bebida. Os anos foram passando, e eu sempre a crescer. Quando tinha 12 anos, entrei nos escritório do meu pai e descobri o projecto dentro de um baú juntamente com coisas velhas. Observei-o com atenção, mas como é obvio, não percebia nada. Peguei no projecto e levei-o ao meu pai. Nesse dia, tinhamos tido a nossa primeira discussão. Tentei chama-lo a razão, que tinha de lutar, não so por ele mas pela mãe. Disse-lhe que era um excelente astrónomo e que iria conseguir terminar o projecto. Lembro-me de lhe atirar com os papeis contra ele e sair pelo quarto, batendo com a porta. Duas semanas depois, ele veio falar comigo. Levou-me para uma divisão da casa que desconhecia. Parecia um laboratório. Tinha todos os equipamentos que era necessario. Tudo aquilo fascinou-me, mas o que me intrigou, foi um estojo de guitarra que saía do contexo do cenário. O meu pai foi busca-lo e passou-mo dizendo: ''É teu''. Abri o estojo e fiquei surpreendido quando vi que, em vez de uma guitarra, estava um telescópio magnifico. Ele disse-me que seria um simbolo de agradecimento para comigo. Depois disso, voltou ao trabalho. O problema foi que NASA não o aceitou de volta e o meu pai disse-lhes que iria acabar o projecto mesmo sem a ajuda deles. Eles sentiam-se ameaçados, por alguma razão. Então, ameaçaram o meu pai de que se ele continuasse com o projecto, alguma cois de mau poderia acontecer. Quando o meu pai falou-me disso, ele disse que iriamos mudar de cidade. E andamos assim, de cidade em cidade, há já 5 anos. Não sei como, mas eles arranjam sempre maneira de nos encontar.
-Agora entendo todas as tuas reacções. No parque, na escola. Evitas toda a gente porque tens medo que te descubram- a voz dela estava fraca e soluçante.
-Estas a chorar?- que pergunta mais parva. É claro que ela estava a chorar.
-Desculpa. Sei que pareço uma parva. Uma pessoa estranha a chorar por alguem que mal conhece é estranho mas, quando te vi no parque e depois desapareceste, passou-me mil e uma ideias pela cabeça para tentar descobrir onde tu estavas, mas nunca te encontrei. Não te vi mais nenhuma vez.
-Tu não viste, mas eu via-te sempre- fiz um sorriso travesso para a animar mas...
-Desculpa?! tu o quê?-... Enganei-me. Já não havia lagrimas nos olhos dela mas sim intriga.
- E sabia que ias sempre atras de mim- ela estava a ficar chocada.- Deixa-me explicar.
-É bom que expliques. Porque é que não vieste falar comigo, se sabias que estava à tua procura? E como é que sabias que te procurava?
-Eu sabia que me procuravas porque ias sempre, à mesma hora, à mesma arvore onde me viste. Não ia ter contigo porque não sabia o que dizer depois do sucedido. E, tambem, porque não me queria mostrar muito. Compreendes agora? Estas esclarecida?- o meu tom de brincadeira chegou até ela e começou a sorrir.
-Sim. Agora que sei de tudo, compreendo-te. Obrigada.
-Obrigada por quê?
-Por teres confiado em mim.
5º Capitulo- Intimidade
- Spoiler:
- Mudança de personagem- Michihiro Ayame
Até correu bem. Depois da nossa conversa em minha casa, nada mudou. Continuamos a agir como se nada tivesse acontecida e como se não nos conhecessemos. Até percebo, ele não quer levantar supeitas mas, é dificil não poder esta com ele.
Ele contou-me tudo o que havia para contar e mesmo assim, não sei como ajuda-lo. Talvez, so o facto de ter ouvido a sua historia, ja o tenha ajudado.
-A aula demorou mais do que o habitual. Não achas, Ayame.
-Hã?! Sim, acho que sim- Nami perguntara-me da aula eu ne sei se lhe respondi correctamente.
-O que se passa Ayame?
-Que eusaiba nada. Porque perguntas?
-Hoje sinto-te distante.- A Nami nunca se preocupa por qualquer razão e conhece-me bastante bem.
-Não digas isso, eu estou bem... Que se passa?- Ela estava petrificada a olhar para tras de mim. Virei-me e vi-o a olhar para mim. As minhas reacções? Fiquei muito quente por dentro e a tremer.
-Ayame? Será que eu poderia falar contigo, em privado?- A voz dele era tão macia, quase que lhe podia tocar.
-S-Sim, claro- parecia uma parva. Vi a Nami a olhar para nos enquanto saíamos da sala, e continuava na mesma posição. Ouvi-a tambem os sussuros das raparigas da turma enquanto acompanhava o Dean, lado-a-lado.
Levou-me par uma zona na escola que desconhecia.
-Bem, parece que aqui ninguem nos vai encomodar-não sei porquê, mas estava com receio do que ele me poderia dizer- tens alguma coisa para fazer hoje à noite?
-Desculpa?!- a pergunta ele apanhou-me desprevenida.
-Sim, tens alguma cois para fazer? Queria levar-te a um sitio.
-A um sitio? Que sitio?
-Um sitio. Não te preocupes que não te vou levar para nenhum covil malefico. Só te queria mostrar um sitio.
-Esta bem, então. Não tenho nada para fazer mesmo. Ia par o parque depois das aulas.
-Optimo! Vou buscar-te a casa por volta das 19h. Esta bem para ti?
-Claro, esta optimo.
-Ok, então, até logo.
O que se passou aqui? Ele estava a convidar-me para um encontro? So nos os dois? O que é que eu faço?
Fui a correr para a sala para ir buscar as minhas coisas. Toda a turma lá estava e quando eu entrei e rompante, todos me olharam com um ar incredulo.
-O que se passou entre ti o rapaz ''todo-bonito-que-não-fala-com-ninguem''?- Nami estava curiosa, como sempre, mas eu não tinha tempo para explicações.
-Não se passou nada, mas tenho que ir embora agora.
-Mas espera, onde é o fogo?
-Em casa. Quer dizer, tenho que ir para asa mas não ha fogo nenhum. Beijo Nami. Falamos amanhã.
Virei costas à minha amiga e fui a correr para casa. Estava mais do que feliz, estava radiante.
6º Capitulo- Sobre as Estrelas
- Spoiler:
- _18:15h_
NÃO ME ACREDITO!!!- nestas alturas é melhor gritar mesmo- Odeio a minha vida.- bem, mais ou menos. O motivo disto tudo é o facto de não ter roupa que me fique bem para ir a uma encontro com o rapaz que gosto. Espera! É isso mesmo. O facto de o meu comportamento ter mudado, de sempre que olhava para ele dar-me o chamado ''borboletas na barriga'' e de quando falava com ele estremecer é porque estou apaixonada por ele.
Sentada na minha cama pus-me a imaginar como seria bonito estar com a pessoa de quem se gosta. Passear de mãos dadas, comer um gelado num dia de calor, rir com as nossas piadas parvas, ele oferecer-me uma flor, abraça-lo e num impulso de magia ou simplesmente do momento, beijarmos-nos apaixonadamente. Uma coisa é certa, se ele não sentir o mesmo por mim, nada disto acontecerá.
Este pensamento trouxe-me de volta à realidade e voltei a mergulhar no monte de roupa que tinha sobre a cama para, passados 10 minutos, escolher uma saia com um padrão axadrezado vermelho e preto e uma camisola de lã preta.
Depois de arrumar tudo no armário, ainda faltavam 5 minutos para as 19h então, ao dirigir-me para a cozinha para comer qualquer coisa, foi quando ouvi a campainha tocar. Era ele. Corri para a porta, peguei na chave de casa e saí. Ali estava ele à minha espera, em frente à minha porta. Estava lindo. Senti-me mal quando apercebi que não estava a altura dele porque estava demasiado simples. Ele tinha vestido uma calças de ganga escura, uma camisa azul escura e uma blusão preto. Tinha uma cara resplandecente quando sorrio para mim.
-Estas pronta?- a sua voz era acolhedora naquela noite de Inverno.
-Sim. Onde vamos?- estava nervosa, curiosa e, certamente, corada.
-Continua a ser surpresa- o tom de brincadeira dele fez com que o olhar dele brilhasse- Vamos.
Pusemos-nos a caminho sobre a noite de uma estrela e da Lua-cheia. Estávamos a seguir em direcção ao parque, quando reparei numa coisa.
-Porque trazes uma guitarra nas costas?- a minha pergunta era simples e inocente, mas mesmo assim, ele deu uma gargalhada que me fez arregalar os olhos e fixar nele.
-Eu já te disse o que isto era, não percebo o porquê dessa pergunta.- o seu olhar e sorriso eram travessos- Não sabes? Então, vou deixar-te pensar.
E assim foi. Já tínhamos passado o parque e eu ainda não tinha descoberto o que era aquilo, já que não era uma guitarra. Continuava a pensar de olhar baixo e, as vezes, sentia-o olhar-me para ver as minhas reacções.
-Chegamos!- ao dizer isto, Dean cortou-me o pensamento e fez-me olhar em redor. Ok! Não conhecia aquele lugar.
-Onde estamos?- perguntei.
-No melhor sitio da cidade para vermos as estrelas, a Norte.
Estrelas? Norte? Calma aí...!!
-É isso! É o teu telescópio! Disseste que o teu pai tinha um telescópio num estojo de guitarra.- a memoria daquela tarde veio-me a mente e de toda a nossa conversa que tivemos acerca dele.
-Exactamente. Gostava que conhecesses mais de mim e as estrelas é o melhor começo- aquilo suava bem. Ficar sozinha com ele sobre o céu estrelado era um cenário perfeitamente romântico.
-Parece-me bem- o seu sorriso formou-se e de seguida acomodamos-nos.
Este sitio estava situado no meio do nada, só tinha uma estrada. Estávamos numa espécie de falésia, mas sem mar e areia. Só se via campo. No cimo da ''falésia'' estavam umas árvores onde nos acomodamos.
O Dean estava atarefado com a montagem do telescópio e eu observava-o atentamente. A luz da Lua e das estrelas iluminavam o seu rosto ao ponto de ficar cada vez mais esbelto.
-Está pronto. Preparada para uma aula de Astronomia?- adorava quando ele o fazia. Olhar para mim atentamente e depois fazer um esgar com o canto da boca, tornava o seu sorriso sedutor.
-Claro que sim- sorri com entusiasmos.
Falou-me de um monte de coisas lindas e interessantes. Disse-me que a estrela mais brilhante do céu se chamava Estrela Polar e que indicava o Norte para os que estão perdidos, falou-me de várias constelações e observamos-las ao telescópio. Estava a ser fascinante, sentia-me feliz por estar ali com ele mas algo se passava. Havia qualquer coisa de errado com ele.
-Dean? Dean?!- ''acordou'' ao segundo chamamento e olhou-me com um ar assustado.
-Desculpa Ayame, estava distraído- disse sacudindo a cabeça.
-Passasse alguma coisa? Desde que aqui chegamos, que te sinto em baixo. Queres falar?
-Ainda bem que reparaste, estava com medo de ter que ser eu a começar.- os olhos estavam tristes e pregados ao chão. Não estava a perceber onde é que ele queria chegar mas estava ali para ouvi-lo.
-Podes dizer-me o que quiseres, sabes disso.- tentava conforta-lo mas, sem efeito.
-Eles descobriram-nos- enfrentou-me com um olhar vago e magoado.
-O quê?- a minha garganta ficou seca e os meus olhos estavam a tornar-se húmidos. Sabia perfeitamente o que aquilo quereria dizer. Ele ia-se embora e eu não podia fazer nada.- Quando é que vais embora?- era mais difícil do que eu pensava dizer aquilo.
-Daqui a dois dias- voltou a baixar o olhar.- Sabes que por mim, nada disto aconteceria mas, isto era inevitável de acontecer.
-Eu sei isso tudo e entendo mas...- a minha voz estava soluçante e os meus olhos jorravam lágrimas. Daqui a dois dias iria ficar sem ele e não poderia fazer nada para o impedir. Levantei-me e comecei a andar sem rumo. Foi um acto inconsciente, não o consegui controlar, só ouvia o Dean chamar-me. Correu para mim e agarrou-me. Quando voltei a mim, estava sem força nas pernas mas o abraço forte do Dean impedia-me de cair.
-Não vás. Fica comigo agora para que eu possa ir embora com uma lembranças tua.- depois disto, as lágrimas continuaram e eu abracei-o. Não queria sair dali, queria que o tempo parasse e que nós os dois ficássemos ali, sozinhos.
7º Capitulo- Uma despedida emotiva
- Spoiler:
- Quanto mais corro, mais ele se afasta. Não o consigo alcançar. É impossível. Impossivel...
TRIIIIIIIIIMM!! (despertador)
Acordei sobressaltada com o tocar do despertador. Estava suada e a minha respiração ofegante. Levantei-me da cama e dirigi-me para a porta do quarto. quando a ia abrir, ela já se estava a mover. Olhei em frente e vi a minha mãe olhar-me com um ar de espanto.
-Já estas levantada?
-Sim.
-Normalmente é preciso um canhão para te arrancar da cama- notavasse a ironia na sua voz mas eu não estava com disposição para brincadeiras.
-Pois, mas hoje não é um dia normal- e não era. Hoje era o ultimo dia antes de o Dean se ir embora, o dia em que possivelmente ficaria sem a pessoa que amo.
Ao me dirigir para o Instituto, passei pelo parque e decidi ir a um sitio em especial daquele lugar. Aquela árvore era o local que vi o Dean pela primeira vez. Trazia-me demasiadas recordações para conter as emoções, foi então que, ao ajoelhar-me perante aquela árvore, as lágrimas lavaram-me o rosto. Era doloroso estar ali mas tinha que o fazer. Fiquei de joelhos durante algum tempo.
Quando vi as horas, reparei que já estava atrasada para as aulas, então fiz-me ao caminho, sem pressas.
Já tinha chegado ao Instituto, quando me apercebi que teria de o encarar mas já era tarde demais para recuar. Em frente a porta da sala, debatia-me contra a vontade de querer ir embora mas não o podia fazer. Tinha que estar com ele pela ultima vez.
Quando entrei na sala, todos os olhos pousaram em mim, excepto, os de quem eu queria. Ele não estava lá. A ideia de ele ter partido mais cedo assombrou o meu peito e senti uma vertigem assustadora.
-Peço desculpa pelo atraso, professor.
Esta voz. Uma mistura de emoções invadiu-me de tal maneira que nem consigo explicar.
-Oh, Dean, entra. Estás desculpado, que não se repita.
-Não irá, professor.- pois não, amanha irás embora e deixar-me-às sozinha.
-Ayamé, vais continuar na porta? Ayamé??- a voz do professor estava longe, o meu corpo petrificado e a minha mente bloqueada.
-Ayamé, vamos la fora- a sua voz e o seu toque despertaram-me. Arrastou-me para fora da sala dizendo ao professor para continuar a aula.
No corredor, ao lado da sala, Dean sentou-me no chão e de seguida sentou-se a meu lado. Ficamos calados, à espera que algum de nós falasse. Minutos depois, começou ele:
-Como é que vai ser quando eu for embora? Vais chegar atrasada as aulas depois de teres estado no parque? A cada dia que passar vais olhar para o meu lugar nas sala e derramar lágrimas? Achas que é solução, lamentares-te por não teres feito nada para impedir a minha partida?
-Como é que sabes que eu estive no parque?- a minha garganta estava seca. Custava-me falar.
-Vi-te lá. Parece que hoje tivemos o mesmo pensamento. Queria ir ao parque pela ultima vez e quando lá cheguei, lá estavas tu, ajoelhada em frente a árvore onde me encontraste. Porque é que achas que cheguei atrasado?
-''Pela ultima vez''- as suas palavras pareciam laminas a trespassar o meu peito e cada palavra envenenava-o.- Porque é que não vieste ter comigo?
-Não sei. Sei que estamos os dois em sofrimento. Talvez seja por isso mesmo, por estarmos a sofrer tanto que não tive coragem de ir ter contigo.
-E amanhã, quando partes?
-Ayamé, fazeres-te de desinteressada e fugir ao que sentes não te vai ajudar a curar este sofrimento. Mas, parto amanha ao final da tarde.
-Não estou a fugir a nada, só queria saber quando é que partes para darmos a conversa como terminada. Temos de ir para a aula.
-Se eu não te conhecesse, diria que ficaste fria de um momento para o outro, mas como não é o caso, digo que estas a fugir porque tens medo do sofrimento que vai trazer se expressares os teus sentimentos.
Odeio admiti-lo, mas ele tinha razão. Eu sou demasiado fraca para esconder tudo sem desvanecer e tenho medo de cair e não ter forças para me levantar sozinha.
-Que queres que faça? Que sorria como se nada estivesse a acontecer?
-É claro! Na realidade, nada disto esta a acontecer, porque ninguém sabe do que se passa e por causa deles, tens de continuar com o teu sorriso contagiante.
-Desculpa se não consigo ser tão fria como tu- o tom da minha voz estava a tornar-se agressivo e a ultima coisa que eu queria, era chatear-me com ele. Ele apercebeu-se disso e olhou-me com um ar espantado.- Desculpa. Vamos para a aula.
Levantei-me de rompante e dirigi-me à porta da sala. Sem olhar para ele, bati a porta e entrei. O Dean ainda estava encostado à parede ao lado da sala mas assim que o professor perguntou por ele, Dean chegou e pediu desculpa ao professor.
O dia correu da pior maneira possível. Não estive atenta nas aulas, a Nami e a Tsubaki perguntaram-me, mais do que uma vez, o que se tinha passado comigo e eu dizia-lhes que não se passava nada mas apercebi-me que elas ficaram um pouco magoadas e, o pior de tudo, não conseguia nem olhar o Dean. Era demasiado doloroso encara-lo. A hora da despedida estava próxima e eu não sabia o que fazer.
Quando as aulas terminaram, dirigi-me para o parque e ali permaneci. A mãe iria chegar tarde a casa por isso, nao estava muito preocupada. Fiquei no parque ate ser noite e não queria sair dali. Ja eram 23h da noite e decidi ir para casa. Ao chegar, estava escuro. A mãe ainda não tinha chegado. Liguei a luz do quarto e observei-o com demasiada atenção. Foi naquele lugar que eu e o Dean falamos pela primeira vez, o meu quarto. Era horrível olhar para qualquer lado e lembrar-me que aquele local estava marcado com a sua presença. Sentia-me cansada então deitei-me na cama e logo de seguida adormeci.
Na manha seguinte, acordei mais cedo do que o habitual e saí de casa levando as coisas só Instituto. Fui para o parque e lá, sentei-me ao lado da árvore onde tinha encontrado o Dean. Pus-me a pensar no que se tinha passado nos últimos meses, como nesse tempo mudei. Essa mudança derivava de um único motivo e hoje, ficaria sem ele.
Estava a aproximar-se da hora, quando reparei que tinha de ir para o Instituto, por isso, caminhando a passos arrastados, abandonei o parque. No caminho, lembrei-me que não teria aulas de tarde, sendo sexta-feira. Ora, se o Dean so parte no final da tarde, talvez desse para estarmos juntos. Quando cheguei ao Instituto, estavam a minha espera, a Nami e a Tsubaki. Não estavam com caras de quem me iam bater nem que queriam explicações, pelo contrario. Receberam-me com um sorriso de bom-dia. Aquilo reconfortou-me e de seguida, as três, dirigimo-nos para a aula.
Ao chegar a sala, confirmou-se o que eu mais receava. O Dean não vens as aulas e eu estava preparada para isso. O pior, é que tinha que levar com uma manha interminável de aulas. A Tsubaki e a Nami foram impecáveis. Sabiam que não estava bem e mesmo assim não me perguntaram nada acerca do motivo da minha tristeza.
Quando as aulas terminaram, fui para o parque. Lá, comecei a fazer uma coisa que já não fazia à muito, desenhar. Sentada debaixo da arvora, peguei num papel e num lápis e desenhei. O desenho que saiu estava horrível, demasiado obscuro. Porque fui eu desenhar uma pequena vila abandonada? Talvez porque me sentia assim? Pequena e abandonada.
-Nunca pensei que desenhasses. E bem, pelo que vejo.
Estranho seria dizer que não reconhecia a voz que vinha detrás de mim, mas sabia quem era. Perfeitamente.
-Pois é, tem dias. Mas sabes, nem sempre me sai desenhos como este. Houve uma vez que fiz um anjo.- estava a falara com uma naturalidade surpreendente.
-Ai sim? E saiu tão bem como esse desenho?
-Não. O anjo tinha asas de demónio e orelhas de gato. Não era uma boa combinação.
-AHAHAHAHAH!!- a sua gargalhada era engraçada. De certeza que iria ficar com ela gravada durante algum tempo. Finalmente, olhei-o e sorri para ele.
-Então, que estas aqui a fazer?
-Vim despedir-me de ti. Sabia que irias estar aqui e decidi vir ter contigo antes de ir para o aeroporto.
-Já aqui estas e já estiveste comigo, agora podes ir embora.
-A serio?! Queres que eu vá embora sem estar contigo pela... OK, eu não vou dizer o resto.- ele não o fez porque viu-me desviar o olhar.
-Obrigada. Se fosse noutra ocasião, acredita que te perguntava o porquê de te ires embora e te imploraria para não o fazeres, mas não o vou fazer porque sei que não tens escolha.
-Ainda bem. Nem sabes o quão aliviado fico por saber isso.
-Dean? Posso fazer-te uma pergunta? Gostaria de ter uma resposta sincera- ficou intrigado, olhando para mim, mas de seguida, acenou afirmativamente.- Quando é que voltas?
Os seus olhos desviaram-se dos meus e agachou-se para agarrar as minhas mãos e fixar nelas.
-Não te posso dar uma resposta exacta porque... eu também não sei.- ao proferir tais palavras, apertou as minhas mãos em sinal de dor.
-Compreendo. Mesmo assim, ficarei a tua espera- era verdade, ficarei a espera dele ate que me diga para fazer o contrario.
-Ainda bem porque eu estou disposto a voltar... por ti!- dizer que fiquei emocionada é pouco, fiquei radiante. Sorri de tal maneira que os meus olhos brilharam. De repente, ocorreu-me uma coisa. Olhei o desenho e escrevi uma nota.
-Toma. Já que gostaste tanto dele, dou-to.
-''Estejas onde estiveres, nunca me deixes como esta vila porque eu vou fazer de tudo para que não fiques assim! Ayamé''- ao ler a minha nota, Dean ficou serio e baixou o olhar- Tola! Achas que alguma vez te abandonaria?- estava a sentir as minhas mãos húmidas foi quando reparei que ele estava a verter lágrimas.
Senti-me mal por ter feito chorar uma das pessoas mais importantes da minha vida. Larguei as minhas mãos, pousei as coisas no chão e abracei-o com força.
-Por favor, seca as lágrimas. Não aguento ver-te chorar. Tu não- estava a tentar sufocar as lágrimas mas não consegui. ao aperceber-se de que eu também estava a chorar, abraçou-me.
-Obrigado por tudo, Ayamé. Tornaste-te no meu porto de abrigo.
Ao dizer isto, largou-me e olhou-me profundamente. Vi o seu rosto aproximar-se e, num fechar de olhos, os seus lábios tocaram os meus. Eram macios e quentes. Senti como se estivesse a desmaiar, como se estivesse a ficar sem chão e como se o meu corpo ficasse dormente. Depois disto tudo, senti as mãos dele acariciarem-me o rosto e com isso deixei-me levar. As minhas mãos percorreram as suas costas largas de cima a baixo, só depois, prendi o seu pescoço com os meus braços para que ele não 'fugisse'. Tinha perdido a noção do tempo, parecia que tinha durado horas. Provavelmente não mas estar nos braços do Dean fez-me sentir que sim.
Pouco depois, senti os seus lábios descolarem. Devo dizer que, para alem de ter sido melhor do que eu pensava, estava sem fôlego. Ele apercebeu-se disso e riu-se.
-Não é justo.- consegui dizer- Enquanto que tu levas duas lembranças da minha parte, eu fico só com uma. Mas não te preocupes, esta é mais do que suficiente.
-Fico lisonjeado por saber isso mas eu é que fico em desvantagem. Tu tens os lugares onde estivemos, o teu quarto e este beijo.- o seu ar de brincadeira fez-me ceder.
O beijo. Nosso primeiro beijo. Nem sei como descrevê-lo. Poderia dizer que foi especial ou magico, mas isso são todos os primeiros beijos das raparigas. Eu gostaria de dizer que foi algo mais do que isso mas, não há palavras.
-Bem, esta na hora- o seu olhar tornou-se triste.- Adeus Ayamé!
-Adeus não. Ate qualquer dia. Para mim, um 'adeus' é definitivo e tu disseste que voltarias.
-Tens razão. Até qualquer dia.- as nossas mãos não se largavam, eu não queria aquilo.
Ele lançou-me uma olhar compreensivo e beijou-me as mãos. Deixei-o ir. Tinha de o fazer. Levantou-se e caminhou. Enquanto isso, eu ficava no mesmo sitio, vê-lo partir.
Epilogo
''Preciso de falar com vocês. Venham ter comigo à entrada do parque. Tenho algo para vos dizer. Já devia de o ter dito mas não podia. Estarei à vossa espera. Beijos. Ayame.''
Era Sábado. Não tinha nada para fazer, estava feliz e tinha uma vontade enorme para esclarecer as coisas com a Tsubaki e com a Nami. Sei que elas também tinham o fim-de-semana livre por isso, decidi falar com elas.
Estava a preparar-me para ir ter com elas ao parque. Sentia-me radiante com o primeiro desfeche do meu romance e tinha que o partilhar com as minhas melhores amigas. Saí de casa a correr. Bem, não foi so em casa, corri a rua toda para o parque. Quando lá cheguei, elas ja la estavam.
-Desculpem o atraso- estava ofegante e com um sorriso no rosto.
-Olha, Tsubaki, a Ayame está a sorrir! Já à algum tempo que não a víamos a rir- o tom de brincadeira da Nami fez-me sorrir ainda mais.
-É verdade, meninas, e é por isso que vos pedi para virem. Tenho que vos contar uma historia que vos vai parecer surreal.
-Diz-me Ayame, por acaso essa historia está relacionada com o Dean?
-E aqui temos, Tsubaki, a raparigas mais perspicaz que alguma vez vi- estava suficientemente bem disposta para ironias.- Sim, Tsubaki, está relacionada com ele.- ergui a sobrancelha ao dizer isto e sorri para elas.
-Vá lá, quero ouvir a historia. Parem lá com isso!
Nami estava ansiosa e não quis faze-la esperar mais.
-Então muito bem. Eu pedi-vos para virem até ao parque porque é aqui que a historia começa...
Sonhos. Desejos. Quem disse que eles se realizam? Quem quer que tenha sido não estava totalmente enganado, pois eu realizei o meu. Encontrei o meu príncipe encantado, por acaso do destino...
Fim!
''Preciso de falar com vocês. Venham ter comigo à entrada do parque. Tenho algo para vos dizer. Já devia de o ter dito mas não podia. Estarei à vossa espera. Beijos. Ayame.''
Era Sábado. Não tinha nada para fazer, estava feliz e tinha uma vontade enorme para esclarecer as coisas com a Tsubaki e com a Nami. Sei que elas também tinham o fim-de-semana livre por isso, decidi falar com elas.
Estava a preparar-me para ir ter com elas ao parque. Sentia-me radiante com o primeiro desfeche do meu romance e tinha que o partilhar com as minhas melhores amigas. Saí de casa a correr. Bem, não foi so em casa, corri a rua toda para o parque. Quando lá cheguei, elas ja la estavam.
-Desculpem o atraso- estava ofegante e com um sorriso no rosto.
-Olha, Tsubaki, a Ayame está a sorrir! Já à algum tempo que não a víamos a rir- o tom de brincadeira da Nami fez-me sorrir ainda mais.
-É verdade, meninas, e é por isso que vos pedi para virem. Tenho que vos contar uma historia que vos vai parecer surreal.
-Diz-me Ayame, por acaso essa historia está relacionada com o Dean?
-E aqui temos, Tsubaki, a raparigas mais perspicaz que alguma vez vi- estava suficientemente bem disposta para ironias.- Sim, Tsubaki, está relacionada com ele.- ergui a sobrancelha ao dizer isto e sorri para elas.
-Vá lá, quero ouvir a historia. Parem lá com isso!
Nami estava ansiosa e não quis faze-la esperar mais.
-Então muito bem. Eu pedi-vos para virem até ao parque porque é aqui que a historia começa...
Sonhos. Desejos. Quem disse que eles se realizam? Quem quer que tenha sido não estava totalmente enganado, pois eu realizei o meu. Encontrei o meu príncipe encantado, por acaso do destino...
Fim!
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*Gostaria de agradecer a todos os que acompanharam a minha 'Fic =D*
Última edição por Saya em Seg Fev 14, 2011 4:27 pm, editado 9 vez(es)