Quando o carro negro trazendo Rhaegar e Daenerys parou diante do castelo, o mundo pareceu parar. O Ministro comparecia a diversos eventos sociais, mas a filha era outro história. Havia pouquíssimas fotos da herdeira oficial de Vulcanus, e ainda menos informações- o Senhor dos Dragões fizera um ótimo trabalho em proteger e manter a privacidade de sua filha querida por tanto quanto pode. Entretanto, chegara na idade de aparecer nas festas e nos bailes, de procurar alguém para ser seu futuro ministro e propagar a linhagem.
Então, quando Rhaegar saiu do carro e Daenerys veio logo depois, e os dois ficaram lado a lado, tão parecidos com seus cabelos castanhos e olhos verdes brilhantes, o mundo explodiu em luz. Rhaegar sentiu a mão da filha apertar a sua com mais força, e ele retribuiu o gesto. Sabia que ela não estava acostumada com a exposição, e ele não era Aenya, que sabia perfeitamente bem como lidar com os filhos. Era o mínimo que podia fazer. Esperava que Aegon não os deixasse esperando com essa pessoas por muito tempo.
Por sorte, Aegon chegou pouco mais de cinco minutos depois, e Rhaegar teve de se controlar para não avançar nele. Depois de tanto tempo tentando mudar a imagem do filho, que ainda não estava impecável após os acontecimentos dos dois últimos anos, ele aparecia com o carro novo. Porque ele ainda estava surpreso da desobediência? Típico, típico de Aegon. Daenerys não parecia muito preocupada, a face dela simplesmente se iluminou ao vê-lo e correu para abraçá-lo. Soltando um suspiro resignado, Rhaegar foi até os filhos, deu um breve abraço em Aegon e murmurou no ouvido do filho que conversaria sobre isso depois.
A mídia já teria demais o que falar deles, e por isso os três Gaerntheon entraram sem mais se dirigir a eles. O anunciante gelou ao ver Rhaegar, e ele apenas sorriu.
"Apresentando Sua Graça o Grão-Duque Rhaegar da Grande Casa de Gaerntheon, Ministro de Vulcanus, Cavaleiro de Aerhyos, o Dragão do Pavor, acompanhado por seus filhos, Lady Daenerys, Herdeira da Casa de Gaerntheon e Amazona de Brongaa, Deus Dragão do Purgatório, e Lorde Aegon da Casa de Gaerntheon, Cavaleiro de Saeryax, Dragão do Fogo Selvagem e Lieutenant à serviço do Reino de Ekalyon."
Como era de se esperar, o salão caiu em um breve silêncio ao presenciar os três membros restantes da família juntos, em seus rubis de fogo e ouro negro, a coroa na cabeça de Daenerys algo digno de uma Imperatriz. Rhaegar abriu um sorriso de lado, descendo as escadarias, seus filhos logo atrás de si, Dany nervosa demais para sequer sorrir e Aegon tenso. Quem já conhecia o Senhor de Vulcanus sabia mais do que intrometer-se quando ainda não tinha falado com o Rei, e quem o fazia era recebido com um sorriso de lado e um pedido cheio de veneno para sair da sua frente.
Até que seus olhos caíram sobre uma dama de roxo e dourado, e o ódio guardado a anos subiu a sua cabeça. Ela não abriu o caminho como os outros.
- Hyperion.- Ele a cumprimentou, em alto em bom tom, com todo veneno que podia, e deleitou-se ao ver Yerina, com todos os olhares em si, fraquejar um pouco. Bom. Ele queria que os Hyperion queimassem, que se lembrassem do que fizeram com eles, do que os fizeram passar.
Mas ela se recobrou, e num tom de voz igualmente alto, respondeu com um "Gaerntheon", em um tom neutro que fez o sangue de Rhaegar queimar. Não perderia mais tempo com ela, por enquanto. Desviando o olhar, seguiu seu caminho até o rei e a menina Artwaltz, e apesar de ser cortês com o Rei, com ela não foi nada senão frio, beirando a hostilidade, embora seus filhos houvessem agido de forma muito mais agradável.
Ela não perdeu tempo antes de se desvencilhar dos que a cercavam, educadamente pedindo licença e atravessando o salão, aproximando da filha - que deveria em sua opinião, estar usando cores mais escuras, honrando os Ashënnbert, não o verde e branco angelical e puro dos Alstraim- e do, se tudo saísse como o planejado, futuro genro. Claro, a herança passaria para Kitty - que os Deuses a ajudassem-, mas ela tinha o sangue, e Mariabelle preferia ter sua menina como Rainha. Como era doce saber que sua Clarisse seria mais uma na lista das Rainhas que sua família gerou.
Ao ver a mãe se aproximando, Clarisse, como a boa menina que era, apertou o braço do Príncipe com mais força antes de soltá-lo e avançar, abaixando a cabeça para si, como a filha bem comportada que era. Abrindo um sorriso satisfeito, ela posicionou-se diante do casal, seus olhos brilhando como o de uma víbora com a presa encurralada.
- Minha filha querida.- Ela falou com toda a satisfação que sentia, abraçando uma rígida Clarisse. Escondida pelo cabelo da filha.- Está belíssima, mas isso não é nenhuma novidade.- Abriu um sorriso arrogante, dando um pequeno tapinha no ombro da mais nova, e virou-se para Leo, fazendo uma vênia.- Alteza, é bom vê-lo novamente após minha última visita a Aurelis.- Ela disse com falsa doçura.- E na companhia de minha Clarisse.