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Seria uma tarefa árdua e, no mínimo, pouco gratificante tentar descrever todas as tendências do mundo da moda já experimentadas pelo reino de Valens, que mesmo com sua história recente apresenta uma vasta experiência no ramo das instrumentárias – como se o povo buscasse preencher a diferença de anos que o separam dos outros reinos vizinhos contanto com diversos movimentos culturais subsequentes, que não chegam a durar metade daqueles das outras monarquias. Assim, as descrições das orientações acabam se focando na história recente, ainda que não percam a profundidade em seu significado.
Durante grande parte de sua história, a cultura e as tendências do reino de Valens foram inconfundivelmente influenciadas por Aurelis – a inigualável potência da moda, que dita o que está in vogue e o que não está com precisão. Contudo, seria igualmente um desserviço deixar de reconhecer como Valens e seus artistas foram capazes de destacar as nuances que fazem menção à sua história e seus costumes pátrios. O maior destaque da presença das tendências de Aurelis se destaca nos detalhes elaborados que estão presentes nas roupas, seja na forma de bordados ou em como manejar o tecido, a fim de lhe dar texturas – por sua vez, um grande exemplo de como tais inspirações são adaptadas para a região estão nas formas reproduzidas e nos materiais utilizados, reminiscentes do mundo natural com bordados de pássaros e demais elementos da fauna e flora local, em especial os pégasos, símbolos da família real, na forma de plumas.
Nesse sentido, se o luxo e a extravagância marcam o estilo de Aurelis, a recepção em Valens foi adaptada à estética do reino, dando maior destaque para cores claras e tons pastéis que evocassem uma aura mais angelical e cândida. Armian Valfer, um dos nomes mais proeminentes da área, com destaque para os designs utilizados em produções da Academia Sorentt, consagrou durante a última década a utilização de tecidos mais finos e maleáveis, apropriados para o clima mais temperado do reino, que acompanham o movimento do corpo de forma mais natural – evidente, a adaptação do referido estilo para as peças da renomada academia foram um autêntico sucesso, pois foi capaz de destacar o trabalho dos coreógrafos e dos dançarinos.
Da mesma forma, os vestidos e coletes de Valens passaram a dispensar os aparatos que destacam certas regiões ou que pudessem restringir ou forçar uma modificação na forma, optando, ao invés, pela tendência de seguir a curvatura natural do corpo, no que Esmeé Seirmhel, a dona da mais consagrada maison do reino, identificou como um resgate da tradição élfica, ainda tão presente na sociedade, e do ideal de liberdade recorrente por todos os movimentos artísticos e intelectuais de Valens.
Uma característica em especial que, a despeito das influências e da passagem do tempo, é marcante para o estilo do reino é a exibição de parte da pele com as indumentárias – se para a família real tal tendência acaba se limitando a roupas exibindo os ombros ou com tecidos de organza com apliques que permitam ver a pele, outras famílias não apresentam o menor pudor em revelar decotes mais acentuados, ou aberturas laterais nas saias. O que é visto com críticas por outros reinos como puro exibicionismo é prontamente corrigido por qualquer cidadão de Valens como aceitação – do corpo, de si, com suas falhas e atributos igualmente. Evidente, há um pingo de hipocrisia na resposta, afinal, é simplesmente incrível como tal característica parece ser apenas aproveitada para exibir os atributos e esconder as falhas.
No que diz respeito aos acessórios, as tendências de Valens começam a se distanciar do estilo de Aurelis, dando preferência para o resgate da elegância das jóias élficas. Em geral, tratam-se de peças trabalhadas com uma estrutura única de prata ou bronze, aliadas das pedras preciosas, que tomam a forma da flora do reino. Dada as animosidades históricas com Ralion, há uma certa resistência quanto a utilização de pedras exportadas pelo reino ao extremo oeste, existindo uma predisposição maior aos produtos de origem local – são as pérolas ou os cristais formados ao redor de cachoeiras e entre as raízes das árvores.
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