Biblioteca

Se já estava intrigado, com as informações oferecidas por Valary só poderia descrever sua reação de puro fascínio. Tudo o que sabia do Voynich eram referência rasas, suposições– qualquer informação sobre a obra era guardada às sete chaves. Um livro tão criptografado quanto deveria conter algo majestoso.

- Isso é... Incrível.- Afirmou alguns momentos depois, balançando a cabeça.- O que pode mais me contar sobre ele? Como ele é?

Ela sorri, animada com a reação do colega. Aparentemente, o interesse expresso nos olhos e na própria demora na reação de Alec indicavam que não perderia a oportunidade de desvendar o quê quer que aquele misterioso livro guardava, e certamente não arriscaria isso dando com as línguas nos dentes.

- Não muito, na verdade. Chegou ao nosso conhecimento na segunda, e desde então está sendo analisado pela professora, que prometeu uma resposta na sexta-feira. - ela responde, já se dirigindo para a mesa e ficando levemente aliviada por seu livro ainda estar ali. - É rústico, com uma capa de couro pesado e, ao que parece, trançada à mão. Faz parecer que não é um mero volume de uma obra, mas algo por si só.

- Parece ser fantástico!- Exclamou, animado. Havia poucas oportunidades de se aproximar de livros assim, quase escassas de um aluno que ainda não ingressara na Guilda. Mas se a professora Artwaltz estava envolvida e se mostrasse um bom desempenho, poderia receber uma carta de recomendação. E talvez... talvez eles tivessem alguma coisa sobre Betelgeuse e Althecia. Algum livro perdido, ou roubado. Se conseguisse refazer a Ater Morctis....- Mas... O Livro. O que pretende faEr?

Após já ter se sentado, pronta para continuar sua exploração do livro de Meylis Von Teshéen e, como de praxe, preparar-se para as próximas aulas, ela ergue uma expressão inquisitiva diante da pergunta de Alec.

- Investigar, é claro. - ela responde, como se tratasse de algo óbvio. - Se não me engano, a Sra. Artwaltz ainda não o apresentou à Guilda, por receio de que pudesse ser detido ou que, considerando a presença mais do que explícita de representantes do Império aqui. pudesse desaparecer e acabar do outro lado do mundo. Ela pediu que reunisse um grupo de pessoas confiáveis, e quando perguntou de algum livro eu pensei em você. - explicou, deixando de fora a parte de que a professora provavelmente achava sensato não deixar dois jovens menores de 15 anos entrarem em uma empreitada dessas sozinhos.

O Império. Uma das teorias era que Thyrmëinn havia tido sua parte na destruição das pesquisas de Althecia e Betelgeuse, e poderia imaginar que, caso encontrassem um livro assim, não pensaria duas vezes antes de roubá-lo e levá-lo para o outro lado do oceano, onde nunca mais colocariam os olhos nele.

- Pode contar comigo.- Garante à colega em voz firme, também sentando-se e abrindo um dos livros que separara.- Me avise quando a professora tiver mais informações, certo?

Ela simplesmente assente, começando então a folhear sua obra, no entanto, o pensamento de que achar mais alguém até sexta com quem pudesse contar era... Disconcertante. Para Alec saiu naturalmente, mas quando suas colegas de quarto são uma Princesa Regente de um reino estrangeiro, uma nobre que praticamente já está noiva - sejamos sinceros - do Príncipe de outro reino e uma militar extremamente ligada à instituição, falar com outras pessoas passava de mera necessidade. E esse nunca fora o ponto forte de Valary.

- Além disso... pode ajudar com as outras pessoas que gostariam de participar e em quem você confiasse? - ela pergunta, em um tom mais baixo. A vergonha tomando conta. - Desculpe, sei que também não deve ser fácil. Não deveria te pedir isso.

Franziu o cenho, pensando em quem possivelmente poderia chamar que confiasse. Keith? Não, já enfiado demais em problemas. Nightmare? Definitivamente não apreciaria o problema é seria mais um empecilho do que qualquer coisa. Havia Klaus e Bianca, com quem haviam dividido a aventura no ano anterior– era uma possibilidade. Mas depois de alguns instantes, Alec chegou à conclusão que precisava de mais relações e amigos.

- Não necessariamente.- Alec não era extrovertido, mas também não possuía dificuldade em comunicar-se caso necessário. Só achava que na maioria das vezes não valia à pena.- Vou ver se encontro alguém com quem possa falar.