Ela chega na Entrada e para à frente de um afresco, a imagem de Vênus sentada em uma concha, com as três Graças tecendo flores em suas longas mechas castanhas, sorrindo. Fora ali que combinara se encontrar com o príncipe. Sua presença atraia alguns olhares, pessoas olhando em sua direção, até apontando, e pelo canto dos olhos ela conseguia ver um ou outro fotógrafo tentando tirar uma foto sua. Não surpreendente, afinal, era filha da Ministra de Groundus e Senhora de Vi Alstraim, além de namorada oficial do Príncipe de Aurelis.
Logo após o carro dos Wynvernihs retirar-se do local, outro toma o seu lugar, uma limusine longa, de um preto metálico, carregando na ponta de seu capô um beija-flor prateado, com olhos de pálidas água-marinha. Atrás, de ambos os lados trazia bandeiras de um beija-flor azul sobre um fundo lilás, o símbolo da nobre casa de Stormshadow.
A jovem a quem o carro viera buscar já descia pelas escadarias da Entrada, uma expressão descontente estampada em seu rosto fino, tendo certa dificuldade ao andar no topo do salto rosado e quase tropeçando no vestido tomara que caia, com a parte do busto toda bordada em pedraria rosa pálida, cristais e rubis, com uma faixa clara ao redor da cintura e uma saia esvoaçante, em uma estampa floral rosa e vermelho sobre em um tom de bege. Jocelyn detestava o vestido e o sapato. Malditos bailes.
Além da mobilidade restringida, seu cabelo ainda estava todo preso para trás em um coque "frouxo", mas que, na opinião dela, de frouxo não tinha nada, não com todos aqueles berilos. Também se sentia uma palhaça com tanta maquiagem, embora os que a olhassem diriam que ela estava adorável com a sombra clara, que levantava seus olhos azulados. E as joias! Como podia ser alguns rubis e diamantes tão insuportavelmente pesados?
O
choffer nem se deu o trabalho de sair para abrir a porta, conhecia a jovem bem o suficiente para saber que haveria uma confusão caso isso acontecesse. Jocelyn abriu a porta, jogou-se no assento e bateu a porta, na mesma hora mandando o homem na direção enfiar o pé no acelerador.
Com as mãos no bolso da calça preta, ele desce despreocupadamente pelas escadas da entrada, brincando com a chave do carro. Estava arrumado para a ocasião, ou então iria perder um ouvido para os gritos do pai, com o paletó preto, o colete preto com largas vinhas vermelhas escuras e camisa interior vermelha com uma gravata das duas cores, com um broche de dragão em
ouro negro e rubi. Devido à hora - não estava tão cedo assim - ele ligara para o pai e após muito sufoco o convencera a ir sozinho e encontrá-los já no palácio. Saindo agora provavelmente chegaria na mesma hora.
Passou a mão pelos cabelos, que foram domados com um pouco de gel, mas ainda permanecia com seu toque rebelde natural. Não era fã de bailes e festas oficiais, mas já que ia ver uma certa pessoa de vestido... Não conseguiu conter um sorriso ao lembrar desse detalhe. É claro que Aegon Gaerntheon sorrindo, saindo desacompanhado era o suficiente para fazer a população feminina irromper em fofocas, afinal, ele era um dos herdeiros mais cobiçados de Ekalyon... Não que ele tivesse olhos para elas.
Não havia limusine o esperando porque ele não iria com uma limusine ou choffer ao baile, dirigindo-se ao estacionamento. Curiosos, algumas pessoas e fotógrafos o seguiram, parando a alguns metros de distância quando Aegon sacou do bolso uma chave e com um botão abriu um carro que fez as meninas soltarem gritinhos. Um
Lüghsen Spyder novinho e customizado, sem capota, preto com um brilho avermelhado, banco de coro bege e um dragão prata no para-choque. Entrando no carro e dando partida no motor, quando saía da escola ele abriu um sorriso e acenou para os que assistiam, com um sorriso largo na face.