Jardins de Antheia

Ele acompanha os dois, indo com calma e chegando logo depois.
- Alguma preferência? - ele pergunta. - Se faz você se sentir melhor, e mais ansioso, é extremamente refrescante quando se está cansado.

Ele olha a lista e os olhos brilham ao ver algo.
- Creme e cobertura de amoras e mirtilos! - Ele diz, com um sorriso no rosto ao encontrar a cobertura. Adorava as frutas, mas sua mãe não, e mal se via a sombra delas em casa.

Ele tira uma carteira do bolso depois que Reinier e a irmã fazem seus respectivos pedidos.
- Aniya, você só leva o seu se eu tiver metade. - ele propõe com um sorriso no rosto, recebendo como resposta uma careta derrotada da irmã.

Ao ver Asgeir tirar a carteira, ele imediatamente levanta as mãos.
- Não, não precisa! Eu posso pagar, para agradecer o passeio. - Ele diz rapidamente, vermelho.

- Nós oferecemos o passeio, não foi? Você é nosso convidado. - ele responde calmamente e entrega prontamente o dinheiro ao dono da venda. - Apenas aproveite, e diga se gostou!

- Mas... Mas... - Ele vê Asgeir entregando o suspiro e solta um suspiro derrotado, pegando o copinho com o doce e a calda escolhida estendido a si pelo dono da venda. Dando uma última olhada para os irmãos antes de levar uma pequena colherada à boca. Assim que o doce e o sabor da calda tocam sua língua, os olhos dele brilham, e rapidamente ele engole e pega mais uma colherada, dessa vez mais generosa.- É delicioso!

Ela sorri com a reação de Reinier e mal espera para também pegar uma boa colherada do seu - um tradicional, com cobertura de ameixa - não sem antes receber uma reclamação do irmão de como 'desse jeito não via sobrar nada da parte dele, blá blá blá'.
- Fico feliz que tenha gostado! E não ligue para o Asgeir, não adianta tentar mudar quando ele põe algo na cabeça. - ela comenta, rindo. - Vamos continuar a andar?

Ele solta uma risada leve.
-Claro!! - Exclama e anda na frente dos irmãos, olhando ao redor como se tudo fosse novo, mágico e desconhecido. E, para si que havia sido criado dentro de casa por uma mãe rígida, era.

- Está gostando? - ela pergunta para Reinier. - Mal posso esperar para continuarmos com as visitas, só isso para acabar com o cansaço depois das aulas! Oh, e podemos também verificar a programação do Museu ou das ruas principais, para não perdermos qualquer evento. Quem sabe, talvez até permitam que alguma sessão do Conselho seja aberta para acompanhar. - ela começa a citar de maneira animada.

Ele solta uma risada com um entusiasmo de Anslie.
- Estou adorando. Seria uma boa experiência ver como o conselho funciona, o quão diferente é da política em Ralion.

- Vai depender de como forem as introduções no baile de hoje, acho que, por mais introdutório que o evento venha a ser, vai definir as estratégias e relações que os ministros e embaixadores estabelecerão. - ele comenta, tirando o resto do glacieil da irmã e comendo ele.

- Faz sentido. - Ele diz, e quando vai pegar outra colherada do glaciel, percebe que ele chegou ao fim. Ao ver isso, ele faz uma cara decepcionada.

- Traduzindo: vai ser extremamente chato e maçante se depender dos adultos, que vão ficar mais ocupados trocando indiretas e ameaças veladas do que garantir que o clima da festa seja agradável para todos. - ela se intromete, tentando recuperar seu doce do irmão.

Ele solta uma risada, tanto do comentário de Aniya quanto da tentativa de recuperar o glaciel.
- Acho que minha mãe adoraria então. - Ele comenta e sente um frio na espinha ao mencionar Handria. - Ela provavelmente vai me castigar por faltar ao baile... Mas...

- Eu não o culpo por querer evitar o evento, ainda que, se depender dos alunos convidados, possa ser interessante. - ela fala. - No pior dos casos, diga que o clima de Ekalyon fez com que pegasse uma virose, ou algo do tipo. Teve que passar o resto do dia na enfermaria, etc. - ela sugere, com um sorriso nos lábios.




- Você está passando uma ótima impressão, sabe? - ele diz, dirigindo-se à irmã enquanto termina o doce que tinha. - É uma pena que não vá, mas tenho que concordar em não culpá-lo por não gostar desse tipo de obrigação.

Ele olha de Aniya para Asgeir e abre um sorriso. Como seria bom, ele pensa, ter uma família assim, um irmão ou irmã com quem pudesse compartilhar as coisas! Mas o único que tinha estava morto, e seu nome era um tabu para sua mãe, e até mesmo em seu reino.
- É uma ideia tentadora, Aniya. - Ele diz e sorri para Asgeir.- A impressão que ela passa é maravilhosa!

Ela abre um sorriso orgulhoso e joga os cabelos para trás, colocando umas das mãos na cintura.
- Mas é claro! - ela responde, enquanto Asgeir simplesmente revira os olhos. - E se precisar de alguma testemunha para corroborar com a farsa, estou à disposição.

Ele solta uma risada.
- Eu tenho certeza que isso vai ajudar!- Ele diz com um sorriso, mas, no fundo, sabia que não era verdade. Handria continuaria rígida e inflexível, não importa quantas testemunhas tivesse. - Vamos? Também não quero atrasar vocês.

- Você acaba se preocupando demais conosco e com o horário, apenas aproveite. - ele responde, tentando reassegurar Reinier. - Não é como se todos os convidados fossem chegar no horário.
"Ainda que a Sra. Hecate preferisse assim" ele complementa mentalmente, segurando uma risada.

Ele cora significativamente.
- Me desculpem... É o costume. - Ele diz, envergonhado e trocando o peso de um pé para o outro.- A exposição das flores em homenagem a rainha Yuna, está aberta agora?

Ela assente.
- Fica mais ou menos perto do centro do jardim, rodeando o gazebo. - ela diz e começa a andar na direção. - É um pouco melancólico, mas como você mesmo disse: uma linda homenagem.

Ele apenas balança a cabeça, acompanhando Aniya, e acaba por de distrair, olhando para o nada enquanto anda.

- Cuidado para não tropeçar! - ela exclama, apontando para o chão. Ali, o caminho de pedras do jardim parecia terminar, dando lugar a um caminho mais aleatório e "natural" pela grama, o que causava alguns desníveis.

No centro do jardim, erguia-se uma estrutura que tinha de tudo, menos simplicidade. Feito de mármore branco, com pequenas imperfeições no material que traziam alguns tons mais acinzentados, estava um gazebo luxuoso: todas as suas pilastras tinham esculpidas belíssimas estátuas da era clássica, e na parte frontal estendia-se um pequeno corredor arejado tomado por vinhas floridas e o brasão dos Branthèse no alto do arco; coberto por uma cúpula de vidro, também tinha alguns bancos em seu interior.

O aviso de Aniya chegara tarde demais, pois no momento em que ela falara ele tropeçara logo no primeiro desnível, indo de cara com o chão, numa queda, no mínimo, hilário. Não passou muito tempo no chão, pulando de pé e batendo a terra das roupas, a vermelhidão em toda a sua face. Olhando ao redor para confirmar se ninguém fora Ásgeir teria visto sua queda, ele continua atrás de Aniya à passos rápidos.

Ao ver o gazebo, os seus olhos azulados arregalam-se levemente, tamanha era fascinação com a arquitetura clássica, a perfeição estética das estátuas.

- É lindo! - Ele deixa escapar em um tom mais alto do que planejara, corando logo em seguida.

Ela ergue a sobrancelha, segurando uma risada o quanto fosse possível para não gargalhar das duas ações de Reinier: primeiro, a queda logo depois do aviso da irmã, e depois da exclamação, especialmente pelo jeito quieto do colega.

- Está tudo bem? Não quis arranjar uma verdadeira desculpa para não ir dançar, não é?