Área de Treino

Os fios que seguravam a lança tremeram, refletindo a antecipação do próprio mestre, antes de serem lançados em uma investida junto da arma, fincando no chão ao lado de Aegon, que agora tinha um corte na parte superior da bochecha, enquanto ele continuava a se aproximar. Mais um golpe e seria o suficiente.

Quando Klaus deu um passo mais à frente, Aegon abriu um sorriso e levantou a cabeça, os caninos lembravam presas, a borda das írises tornaram-se douradas, e ele, então abriu a boca. Uma explosão de chamas azuis se seguiu, escaldantes, fazendo o chão ao redor mostrar sinais de derretimento- provavelmente ficaria sem energia depois, mas também, nem ia precisar, se desse certo.

Ele pisca, surpreso com o ataque, só tendo tempo de se virar e usar os braços para impedir que as chamas fizessem um estrago maior.



- Com dois ataques bem sucedidos, a vitória fica com Aegon Gaerntheon. - ele conclui. - Com isso, finalizamos a prática de hoje, mas espero que a partir de agora se preparem melhor para essas aulas, vamos esperar uma evolução constante de vocês até os Jogos. - ele termina, liberando os alunos, que procedem a se trocar e a sair da área na direção do refeitório. - Klaus, precisa ir até a enfermaria? - ele pergunta, as sobrancelhas denotando a preocupação. Era seu sobrinho, afinal.

Ela apaga as chamas com o vento, soltando um suspiro. Não era nem o primeiro dia de aula, e já havia coisas que precisavam ser restauradas. Enquanto os alunos se trocavam e saíam, ela se aproximou do marido e do sobrinho.

- Podemos chamar Serah aqui, se preferir.- Ela diz, demonstrando preocupação.

- Não! Não precisa. - ele afirma de forma quase instantânea. - Além disso, não tenho certeza se o senhor Lucan iria aprovar que a médica deixe de prestar atenção em si para vir até aqui cuidar do filho. - ele continua, prontamente usando seus próprios poderes para curar a ferida, um processo muito mais rápido do que conseguia realizar antes, e que não deixava cicatrizes claramente visíveis. Ainda era relativamente doloroso, mas era o preço a se pagar para refazer o tecido queimado.

Bem, se não tivesse perdido, não seria o caso de estar sofrendo isso, então lhe servia bem. Não podia depender de seu kaishin para vencer, especialmente se não ainda o controlava completamente.

Ela solta um suspiro.

- Já que é assim... Melhor ir almoçar e recuperar as forças pelo resto da tarde.- Diz com um pequeno sorriso.

Ele faz que sim e arruma sua postura, cumprimentando os professores, e também parentes, antes de ir se trocar e sair da sala.

Retornando do almoço, alguns ainda com os trajes de combate, não tendo visto necessidade de tirá-los se simplesmente iriam colocá-los de novo, os que ainda estavam em roupas casuais vão em direção aos armários e aos vestiários trocar-se, antes de se espalharem pela sala.

O restante dos alunos chega junto do professor. A delimitação da arena parecia ter desaparecido, ou melhor: tomava toda a sala. Exercícios de treinamento em geral eram realizado assim, de forma que nenhum estudante precisasse invadir a área de outro com seus poderes - um cuidado que nem todos os alunos tinham vontade de respeitar.

- Espero que estejam descansados para a aula atual, mas antes de começar com a apresentação que eu tenho uma vaga ideia do quanto vocês gostam - ele começa, em um tom mais relaxado do que da aula anterior. O astral do professor Willis era um diferencial dentre os profissionais; natural, contagiante. - quero que escolham apenas um de seus poderes para usarem. Será assim em todas as nossas aulas individuais, e faremos de maneira intercalada: aquele que não usarem hoje será o único ao qual poderão depender na próxima aula.

Ao ouvir Willis, alguns soltam um grunhido, insatisfeitos; no entanto, outros, como Dany, simplesmente meneam a cabeça em concordância, pensando nos poderes a escolher.

A maioria parecia ter se decidido: ambos Abel e Anslie ficariam com ossos, Rachel com vento e Elliot com natureza vegetal. A insatisfação não passou despercebida, e o professor só pôde abrir um sorriso frente a alguns rostos mau-humorados.

- Como alguns já sabem, mas não custa nada repetir, sou Willis Waterfall e o professor de vocês nas aulas práticas de Ataque. - ele se apresenta, distinguindo os rostos novos dos antigos. - Ataque, certo? Como se já tivessem tido uma prévia do que é nas aulas da manhã. E que manhã! A ideia dessa aula é ajudar que desenvolvam estratégias de ataque, tanto individualmente quanto em grupo, para garantir que pelo menos saiam daqui sabendo de que lado segurar uma espada, ou contra quem atacar. - ele continua. - Quero que foquem em um de seus poderes antes de de prosseguirmos para exercícios em dupla ou grupos, uma vez que é necessário que vocês, e eu, tenham conhecimento da extensão do que são capazes de fazer dependendo de apenas uma, ou até nenhuma, de suas habilidades.

Alguns alunos ainda estavam distraídos: não havia exatamente muito o que prestar atenção, não naquele momento, embora Dany estivesse bem focada. Aegon ao seu lado, brincava com uma daga que fizera, só parando ao ver o olhar censurador da irmã mais nova.

- Pois bem, para a primeira aula, não é justo que peça que vocês simplesmente fiquem parados depois de um merecido almoço, certo? Então, o exercício será o seguinte: desarmem o seu adversário usando apenas o poder que escolheram. - ele diz, andando pela sala até chegar em um banco de madeira que usaria para observar o desempenho de cada um. - As duplas são de livre escolha, e os que precisarem de uma arma podem se equipar com o que acharem no nosso... "arsenal".

Do chão, ao lado de seu banco, uma caixa de tijolos negros, como se fosse parte da própria parede, surgia abarrotada de armas para treino. Encantadas com a ajuda da própria enfermeira da escola, elas eram capazes de produzir ferimentos que se curariam sozinhos dentro de poucos segundos. A dor, no entanto, permaneceria, o que ele acreditava ser um incentivo para os alunos.

- Escolham à vontade, apenas se lembrem de considerar o seu adversário e qual tipo de arma é mais manejável e conveniente para o duelo.

Com um sorriso largo como o de cheshire aproxima-se de Abel, Veles aparecendo orgulhosamente em seu encalço.

- Pronto para ser desarmado, Bel?- Ela indaga divertida, dando uma piscada para o primo.

O sorriso demorou para estampar o rosto dele, mas não desapontou: se igualava em extensão e na mensagem que trazia, muito bem traduzida enquanto ele formava uma espada de ossos pela mão.

- Você pode tentar. - ele diz e já avança com projéteis na direção de Tyche.



Ela chega enquanto alguns ainda se direcionavam para pegar uma das armas disponíveis, erguendo uma sobrancelha perante a cena em uma aula que, supostamente, deveria ser simplesmente gradual. Um aluno tão tardou a explicá-la o básico: escolha apenas um poder, desarme seu oponente. Ela não podia negar que o brilho voltou ao seus olhos com a possibilidade soltar sua frustração em outro aluno.

Com a lança tirada do arsenal em punhos, Veles canta, reduzindo a velocidade dos projéteis, sendo facilmente rebatidos por Tyche com o cabo da arma. Abrindo um sorriso ao retornarem a velocidade normal, ela avança com logo após eles.

Ela olha em volta da sala, em parte se permitindo julgar algumas das duplas já formadas e a maneira como avançavam. O punho não está firme, a arma é inadequada, os movimentos mal feitos... O professor teria bastante trabalho, se quisesse formá-los direito. O que lhe chamou atenção, porém, foi a busca de com quem praticar, e a figura que os outros alunos tentavam evitar lhe chamou atenção.

- Interessado em praticar, Koori? - ela pergunta, com uma adaga em mãos.



Ele faz um escudo de ossos surgir do outro braço e avança contra Tyche, supondo que não esperasse que investisse também. Em seguida, ele tenta empurrá-la com o escudo e fazê-la perder o equilíbrio, enquanto ataca com a espada na outra mão.

Era particularmente irritante ver os outros alunos se afastarem de si, embora  não pudesse culpá-los: era um General, e só estava ali por questões burocráticas. Ao ver a garota ruiva se aproximar - Rochernfall, se não se enganava - e oferecer para praticar, concordou com a cabeça. Pelo menos, com ela não teria de se preocupar tanto, ae os rumores fossem verdade.

- Claro, Rochernfall.- Ele responde enquanto verifica o peso da espada curta, conferindo seu balanço, logo entrando em estância de combate.



Erguendo a lança na diagonal e colidindo com a lança, colocando um pé atrás para se apoiar e entrar em uma disputa com Abel... Até subitamente dar um passo para trás, permitindo a Veles correr e usar a força dos cascos para empurrar o primo.

Ele perdeu o balanço em função da súbita retirada da prima, recebendo a investida de Veles em cheio e sendo obrigado a recuar, mas não sem antes fazer ossos brotarem de onde recebeu o ataque e perfurarem o companheiro de Tyche.



Ao invés de segurar a adaga com a lâmina apontada para o oponente, optara por manejá-la segurando-a de lado, em uma pose típica para qualquer trabalho que dependesse de agilidade. Ela avança com velocidade, realizando uma série de cortes em instância alta, atacando acima da altura do ombro.

Embora se comparado a maioria dos garotos de sua idade ele fosse fisicamente mais forte - sem dúvida por conta do treino e da carreira militar iniciada cedo - se comparado aos adultos, Atsuya não fazia o tipo pesado, mas médio, e confiava mais em sua agilidade e velocidade do que em força. Era definitivamente revigorante lutar contra alguém que sabia o que estava fazendo. Bloqueou os dificuldade de Rachel sem muita dificuldade, e ao bloquear o último, uma segunda lâmina feita de gelo surge em sua mão, usando-a para atacar o lado de Rachel que não tia a adaga em mãos.

Bloqueios são situações difíceis, e é necessário já se ter um plano em mente para ou se aproveitar dele, ou para sair dele o quanto antes: Atsuya obviamente preferira o primeiro, mas ela era cautelosa o suficiente para não cair nisso. Uma explosão de ar comprimido foi criada entre eles, empurrando ambos para trás com suas respectivas armas. Ela respira fundo, recuperando o fôlego roubado pelo ataque, e fica em guarda.



Ela respira fundo ao ouvir sobre o exercício, em parte extremamente interessada e, também, cautelosa. A última coisa que gostaria seria uma advertência sendo enviada para o castelo de Aeolus. Se armou com uma cimitarra média e leve, e em seguida se aproximou de Jocelyn.

- Pronta para acordar um pouco?

Logo reganhando o equilíbrio, ele avança sobre Rachel, usando as duas espadas e aplicando uma série de golpes rápidos, mas fortes, na diagonal.


Rodando os chakrams que escolhera como arma em mãos, ela abre um sorriso para Aniya.

-Com prazer.- Responde, tomando posição de combate.

Enquanto Atsuya avança, ela se concentra para criar outra 'explosão' de ar comprimido, mas dessa vez a uma distância segura de si - a ideia era que interrompesse o avanço do adversário abruptamente, e ela conseguiu, chegando a erguê-lo no ar com a força utilizada, avançando para cima dele nesse momento.



Ela ataca primeiro com uma rajada de ossos afiados contra Jocelyn, avançando juntamente com a cimitarra em punho.

Uma aura rosada aparece ao redor de seu corpo e com um giro veloz e gracioso, como uma bailarina ela lança um deles contra os ossos, se não os cortando em pedaços leves que caíram no chão então desviando-os de si, pegando o na volta e se preparando para a investida de Aniya.


A explosão de se comprimido foi um contra-tempo, e ser erguido no ar tirou-lhe o equilíbrio, mãe com um movimento praticado ele caiu apoiado nos joelhos e numa das mãos, cobrindo o chão com uma fina e polida camada de gelo.


Soltando um grito de dor, Veles dá um salto para trás, sangrando. Ferido, ele bate um casco no chão, de onde uma especial de cúpula mágica cerca os primos— a habilidade principal do companheiro de Tyche, um campo de lentidão.

Ela semicerra os olhos, voltando-se para uma instância de defesa enquanto, por sua vez, faz espinhos de ossos saltarem de seus braços, como um escudo afiado contra as investidas da adversária.



Ele retrai os ossos que usará para gerir Veles, o campo de lentidão deixando seus movimentos previsíveis, preferindo então tentar atacar com a distância: ao tocar no chão, uma fileira de ossos surgia a partir de sua mão e se dirigia contra a prima e seu parceiro.



Ao sentir o chão congelar abaixo de seus pés, ela imediatamente reage antes que perdesse o controle de seus movimentos - e se para isso não poderia tocar no chão, não seria problema algum. Acompanhando sua respiração, ela é erguida por uma corrente de vento com certa graça, usando da técnica também para aumentar a própria velocidade ao reduzir a resistência do ar à sua volta, deixando sua investida muito mais ágil enquanto mira um chute na cabeça de Atsuya.