Área de Treino

Ela sorri, e sai da sala para os vestiários para tomar um banho e trocar-se.

Ele pisca quando ouve seu nome ser chamado, muito ocupado em reclamar com a irmã sobre como parecia que apenas o uniforme dele pinicava na área do ombro e como isso certamente podia ser considerado a seu fav- ...

"Keith?" ele pensa, suspirando fundo em um misto de emoções. Talvez a luta de agora indicasse se ainda existia algum ressentimento entre qualquer um deles. Certamente, Serah teria muitos problemas hoje.

Quando Keith não aparece, ela inclina a cabeça, procurando-o ao redor da sala e franzindo o cenho quando não o avista.

- Alguém vi-


Ele entra na sala, ainda nas roupas normais, atraindo olhares para si, que logo mudam de direção ao ver a cara de muitos poucos amigos. Yui virou-se em sua direção, erguendo uma sobrancelha, mas apenas suspirando e explicando o que aconteceria, mandando-o se trocar. Em poucos minutos, ele estava de volta, ajustando as luvas enquanto entrava no círculo.

Ele faz um aceno para Yui, quase que como um sinal para que se mantivessem atentos.

- Um, dois, três... comecem!



Mal o professor anunciava o início da luta e ele se ajoelha, tocando no chão e fazendo com que a própria sombra de Keith se animasse e se erguesse do chão atrás de si, verdadeiramente como se espera de um filme de terror - dos baratos, talvez-, e ordena que esta ataque o próprio dono.

Ao ver a sombra erguendo-se pelo canto dos olhos, o seu corpo irrompe em chamas brilhantes, formando uma pequena área sem sombras ao redor de si com a luminosidade. Usando o fogo para ganhar impulso, ele cria uma lança de chamas e a atira na direção de Demitri, usando o momento é uma explosão para lhe dar velocidade.

A velocidade do ataque de Keith não era esperada, mal tendo tempo de reagir - mas, esse quase fez toda a diferença, afinal, tempo é o que lhe não faltava. Com um movimento das mãos o som parava, os movimentos congelavam no ar, podendo ver até as faíscas dos ataques do adversário estalando, e tudo parecia perder a cor aos seus olhos. O mais importante, no entanto, era a possibilidade que tinha de desviar e acabar do lado oposto da arena e, quando o tempo voltasse a rodar, criar um poço de escuridão na trajetória de Keith.

Como ele odiava o poder do tempo. Mas o inesperado não era algo que já não tinha lidado, anos vivendo fugindo certificaram de que tinha de pensar rápido e sobreviver. No inferno em que crescera, era quase instintivo. Mudando a direção do fogo e extinguindo, ele se virou na direção de Demitri, provavelmente cairia no poço, mas...

- Water Dragons- Ele diz e as mãos explodem em água, dois grandes dragões indo na direção de Demitri com imensa pressão e força.

Ao ver que Keith cairia contra o poço de trevas que havia criado, ele apressasse e fazê-lo crescer como uma manta, pronta para fechar-se assim que sua presa a tocasse e prendê-la. No entanto, o ataque o deixou indefeso contra um dos dragões de água criados, atingindo-o com tudo e mandando-o para trás, caindo ajoelhado e ofegante, recuperando o ar.

O poço poderia prendê-lo... Mas não por tanto tempo. Tão logo a escuridão fechou, ele criou uma esfera de fogo, brilhando azul, e explodiu, dispersando a escuridão e libertando-o. De pé, ele forma um tridente de água. Malditos oficiais que mantinham o dele guardado e só lhe davam para missões.

Ele já se recuperara o suficiente para se manter de pé, mas já parecia desgastado pelo quase-afogamento, criando, de sua parte, uma lança feita de trevas e posicionando-se para atacar.



Ele entra na sala, que não dispunha, especialmente durante uma primeira aula e que tinha o exato objetivo de ser demonstrativa, de trancas, e muitos olhares, inclusive dos próprios combatentes - mas por motivos diferentes, ele imaginava - se viravam para ele. O uniforme militar era majoritariamente negro, apenas com fivelas de onde pendiam pedaços de titânio e aço prontos para serem moldados e utilizados em batalha, além de algumas medalhas estampadas no peito.

- Willis, Yui. - ele acena, cumprimentando-os. - Peço desculpas pelas interrupção, mas vou precisar que os Guardiões presentes me acompanhem, bem como o Waterfall. - ele diz, gesticulando na direção do ex-Getsukai em luta.

Ele apenas soltou um suspiro, desfazendo o tridente de água e caminhando na direção de Soror. É claro que o estavam chamando, deveriam estar a todos eles, e estava até satisfeito em ser: era uma desculpa para sair daquela escola estúpida por algum tempo. Sophie vinha logo atrás dele, Keith sabia que ela sentia os olhares também, as acusações silenciosas de assassinos, criminosos, porque estão ajudando se são prováveis culpados?.

Ele agradece pelo tempo disponibilizado e por liberar os alunos requeridos, se retirando junto dos filhos e de Keith.

-Agora que o espetáculo acabou... Vamos lá, Klaus e Aegon! - Ela chama-os para dentro do círculo, e Aegon se aproxima. O traje de combate reveleva o corpo bem treinado e malhado, e isso, somado ao seu óbvio status como um Gaerntheon, retirou suspiros e cochichos das garotas.

Ele se aproxima do centro da área de combate e veste as luvas naos mãos, preparando-se.

- Um, dois, três... comecem!

Se a irmã havia começado usando o fogo, ele preferiu utilizar metal, criando várias espadas escandescentes, lançando-as na direção de Klaus.

Ele prontamente cria uma barreira de fios que, se não fossem capazes de cortar as barras de metal, impediram algumas de passar. Em seguida, ele faz com que alguns se animem e ataquem Aegon.

Ele gera uma rajada de fogo juntado as mãos, incinerando os fios e indo furiosamente na direção de Klaus como um redemoinho de chamas.

Ele move-se do lugar e revela uma teia de aranha, feita com fios pegajosos que voam na direção das pernas de Aegon. No mais, ele tenta ganhar distância entre os dois.
"Minha vantagem reside no combate à distância, não posso deixá-lo ganhar terreno!"

Se Klaus tentava se afastar, Aegon tentava se aproximar, criando fios de metal maleáveis que envolvem com os fios de Klaus, como uma espiral, dirigindo-se na direção do garoto, enquanto criava um escudo para si, para ganhar tempo e formar uma armadura.

Ele morde o lábio inferior, franzindo o cenho pela falta de opções que lhe restavam - a luva lhe permitia fazer fios tão fortes quanto aço, sim, mas se Aegon fazia o mesmo sua maleabilidade de nada valia. Ele cria uma espécie de parede de fios, correndo para o canto da arena e avançando na direção oposta, trazendo os fios consigo.

Seu ataque não acertou Klaus, mas esse também não era o ponto. Desfazendo o escudo, já armado, ele usou o fogo para criar dois propulsores de chamas nos pés, avançando em direção ao colega com uma lança em mãos, outras surgindo ao seu redor.

Se por um lado a parede de fios conseguiu prender as lanças e impedir seu avanço, a sorte não foi a mesma com a investida de Aegon, que o joga para trás e o faz cair de costas contra o chão. Ele fecha os olhos com a dor e tonto pelo encontro, reabrindo-os segundos depois e revelando um anel azul claro brilhando ao redor da pupila, a expressão dolorida encobrindo o cenho franzido.

Satisfeito com o resultado da investida, ele retorna ao chão, a lança transformando-se em uma espada, e avançando devagar, franzindo o cenho em confusão ao ver a cor dos olhos de Klaus.

Foi necessário só um movimento preciso dos seus dedos, que se moviam tal como um ventríloquo o faria com sua marionete, a única diferença é que os fios não eram simples linhas - não, para atingir o efeito de seus poderes, eram necessário fios de energia, cuja verdadeira natureza era área de estudo para os alunos de outro curso que não esse. Acompanhando o movimento, apenas umas das pernas de Aegon avançam para frente sozinha subitamente, o corpo agora se sentindo pesado, os músculos penando para responder às ordens como se estivessem amarrados.

Ele se levanta e limpa o suor da testa, a mão ainda com na mesma posição enquanto segura Aegon no lugar, avançando junto de uma das lanças criadas no ataque anterior e presas pelos fios sob seu controle.

Bem, ali estava um desenvolvimento inesperado, supôs. Tentou se mover, a proximidade de Klaus tornando mais urgente, porém, Aegon logo percebeu que não seria o suficiente. Um plano se formulou em sua cabeça, mas precisava que o garoto chegasse mais perto- ainda estava longe para que funcionasse.