Museu de Heracles

Ela e Asgeir chegam à entrada do museu, e ele analisa o cartaz da exposição em destaque.
- Aparentemente, estarão exibindo alguns itens históricos da casa de Branthése, em comemoração ao  príncipe. - ele comenta.

- Parece bastante interessante. - Ele fala enquanto olha ao redor, para o grande hall de entrada, cuja chão era feito de mármore branco e cinza claro, como uma tabuleiro de xadrez, e enormes pilastras brancas, minuciosamente esculpidas seguravam uma abóbada cheia de afrescos antigos, com figuras mitológicas.

Ele acompanha o olhar de Reinier.
- Bonito né? - ele comenta. - Imagino que em Ralion a arquitetura seja diferente, mas pelo que li a dinastia dos Von Einzenberg sempre manteve o estilo clássico.

- Muito. - Ele confirma com a cabeça voltando-se para Asgeir. - Quero dizer, é muito bonito e também muito diferente. Em Ralion os exteriores são mais austeros, mas os interiores são decorados com ouro, minerais raros e pedras preciosas. 
"Imponentes e intimidantes a todos aqueles que não foram criados no mesmo mundo que a classe alta."

- Entendo, deve ser um lugar realmente grandioso. - ele diz e entra no museu junto da irmã, observando a baixa movimentação por ser um inicio de semana e, muito provavelmente, pelo baile que ocorreria em poucas horas no palácio, onde se encontrariam as personalidades mais destacadas da nobreza.

Ele olha ao redor impressionado, parando para ver o lendário da cetro da Rainha Yuna.

Ela segue Reinier e logo se depara com o cetro.
- Não imaginei que algo assim estaria em exposição no dia do baile, mas talvez para não causar qualquer constrangimento tenha sido a melhor opção. - ela comenta. - Soube que ainda é um assunto delicado no palácio.

Ele balança a cabeça em concordância.
- Até em Ralion o assunto é pouco comentado, a Rainha era uma mulher bem quista. - Ele diz, com uma leve toque de tristeza e pena para com os ocorridos do ano passado.

- É muito bom saber disso! Devemos a ela a reconstrução do reino e o estreitamento das relações com os outros reinos mágicos a partir da abertura de Ekalyon. - ele comenta e segue em frente, deparando-se com uma peça gigantesca retratando uma árvore genealógica que desce dos fundadores da casa até a geração atual com os príncipes do reino: Rin e Len.

Com um dedo, ele vai de Rin e Len subindo a árvore, até chegar ao final. Ao ver a data, ele franze o cenho.
-Achei que os Branthèse fossem mais antigos. -Ele confessa em uma vez baixa.

- Acho que só no próximo ano você irá ter essa matéria em História da Magia, mas só para sanar a dúvida, ela na verdade foi fundada ao fim da Guerra das Grandes casas, uma dentre as famílias recompensadas por lealdade e bravura aos Von Einzenberg. - ele morde o lábio, pensando que... Bem, talvez não fosse uma história tão diferente da própria.

- Entendi... -Ele diz e, do canto de seus olhos, uma pintura de Kanon, sua esposa, Utaka e a pequena Yuna, felizes, chama sua atenção, aproximando-se para melhor observá-la.

Ela fita o quadro com um olhar mais neutro, quase entristecido.
- Algum comentário sobre a peça? - ela pergunta, desviando o olhar.

- Ela me lembra tudo o que poderia ter sido, e não foi.- Ele fala quase num sussurro, a face também ganhando ares levemente entristecidos.

Ele assente, após fazer um esforço para ouvir o que Reinier havia dito.
"E se tudo fosse diferente? Estaríamos hoje comemorando a coroação de um novo rei em face do assassinato de outro monarca? Foi esse o legado que Kanon deixou?" ele pensa, mas não ousa proferir uma palavra do delicado assunto, tanto por respeito quanto por cautela.

Ele solta um suspiro e balança a cabeça, afastando os pensamentos ruins.
- Tem mais alguma coisa interessante na exposição? - Ele diz, desviando os olhos da pintura.

- Além de meia-hora de exposição sobre o brasão da família? Nada. - ela responde. - A não ser que você ache isso interessante, claro, então seria uma riquíssima experiência. - ela complementa, depois de receber um olhar fulminante do irmão. - Parece que, em homenagem ao evento, essa exposição é a de destaque, mas ele voltará à normalidade pelo fim da semana, imagino.

Ele olha o relógio.
- Pela hora, talvez fosse melhor irmos ao parque? Não quero que se atrasem. -Ele fala, levemente preocupado.

Ela faz que sim.
- Uma pena que ai ser rápido, mas pelo menos teremos chance de ver a decoração lá para o baile. - ela comenta. - Desde os eventos do último ano, os jardins públicos foram, junto da cidade, um dos lugares cuja reconstrução teve especial atenção. Há uma área inteira com flores em diferentes tons de rosa, onde as pessoas têm deixado suas homenagens à Rainha.

Ele arregala levemente os olhos.
-Parece uma homenagem muito bonita. - Ele diz com delicadeza. - A cidade foi muito destruída?

Ela respira fundo.
- Bastante. - ela responde. - Toda organização invadiu a capital e começou a atacar os cidadãos, e dentre eles estavam aqueles de nível AS... - ela diz e vira a cabeça.

-Oh. - Ele diz, corando levemente, envergonhado ao ver a face de Aniya, e resolveu mudar de assunto. - Vamos ao parque?

- Certamente. - ele concorda com a sugestão de Reinier e se retira do museu, sendo seguido, alguns passos atrás, pela irmã.